sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Preparando material sobre a morte na Literatura infantil, parei para assistir Melancholia. Depois de alguns minutos dissolvendo na garganta os sentimentos que Lars von Trier acordou, mantive o silêncio.
Mergulhada nele, percebi solidamente o entorno. A quantidade de verde da grama acesa ao entardecer. O crescimento invasivo dos arbustos entrando pela janela. O ar fresco palpitando ao som do vento.
O entendimento veio como um sopro de oxigênio. Por que produzir arte sobre a morte? Não é só pra chocar, não é só pedagógico. É para sentir, para despertar. Da mesma forma que o sol voltará amanhã, a morte espera seu instante. Ela pede para ser citada, lembrada, invocada. Porque a vida não tem garantia, prazo de validade, Procom. Ou você vive, ou você dorme.
A arte é o beliscão.

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